sexta-feira, 6 de abril de 2012

ERRADICAR O ANALFABETISMO: UMA VELHA PROMESSA

Alto índice de evasão, estrutura física inadequada, dificuldade de acesso aos locais de estudo e programas ineficazes. Resumindo, essa é a realidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. A combinação desses fatores por anos seguidos acabou conduzindo o país a uma situação alarmante: 57,7 milhões de cidadãos com mais de 18 anos sem Ensino Fundamental completo e cerca de 14 milhões de analfabetos. Ao mesmo tempo, de 2006 para cá, vem caindo o número de matrículas na EJA. Ora, se a ideia é erradicar o analfabetismo, como todo candidato gosta de afirmar em época de eleição, as matrículas nessa modalidade de ensino não tinham de estar aumentando, em vez de diminuindo? A conta não fecha. E deixa no ar outra pergunta: será que estamos desistindo dos nossos analfabetos?

A história recente do Brasil está repleta de iniciativas de combate ao analfabetismo. Nos tempos da ditadura militar, entre as décadas de 1960 e 70, havia o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). Depois, durante o período da redemocratização, criaram-se cursos supletivos. Na era Fernando Henrique Cardoso, foi a vez do programa Alfabetização Solidária. E, na era Luiz Inácio Lula da Silva, entrou em cena o Brasil Alfabetizado. Todas essas políticas contribuíram, em maior ou menor escala, para a redução da taxa de analfabetismo, que caiu de 39,6%, em 1960, para 9,7%, em 2009 (ano dos útimos dados oficiais disponíveis). Mesmo assim, nenhuma delas evitou que chegássemos à segunda década do século 21 com a vergonhosa marca de 14,1 milhões de analfabetos (veja o gráfico a página seguinte).

LEITURA PELO ALUNO PARA APRENDER A LER NA EJA

Objetivos 
- Estabelecer correspondência entre a pauta sonora e a pauta escrita do texto
- Refletir sobre o funcionamento do sistema alfabético de escrita
- Refletir sobre a língua escrita e a língua falada

Conteúdo 
- Leitura na alfabetização inicial de jovens e adultos

Anos 
1º e 2º

Tempo estimado 
1 aula

Material necessário 
Cópias do refrão da música "Mulher Rendeira", de Zé do Norte, e cópias da letra completa (ou de uma outra canção que todos os alunos da turma saibam cantar o refrão). Se for possível, providencie uma versão da própria música para ser ouvida na sala de aula.

Desenvolvimento
1ª etapa
Inicie uma conversa com a turma sobre a música "Mulher Rendeira". Quem conhece o refrão? Para que os leitores não convencionais participem da atividade e aprendam com ela, é imprescindível que todos conheçam de memória o refrão da canção que será trabalhada. Convide-os a cantar: "Olê, mulher rendeira / Olê, mulher rendá / Tu me ensina a fazer renda / Que eu te ensino a namorar".

2ª etapa
Distribua uma cópia do refrão para cada um dos alunos. Puxe novamente a cantoria, pedindo que os jovens e os adultos acompanhem com o dedo cada palavra cantada. Em seguida, problematize: onde está escrita a palavra "renda"? Como vocês descobriram? Com que letra começa? Faça essa e outras questões que os façam refletir sobre a escrita das palavras.

3ª etapa
Peça para que encontrem e circulem a palavra "mulher", mas não escreva na lousa a palavra. Deixe que os alunos busquem suas próprias estratégias para cumprir a tarefa. Pergunte em que linha está a palavra "mulher". Uns dirão na primeira, outros dirão na segunda e outros ainda dirão que ela aparece nas duas linhas. Confirme esta informação e peça para que todos encontrem a palavra "mulher" nas duas primeiras linhas.

Agora, peça para que expliquem como encontraram a palavra solicitada. Peça sempre que justifiquem as escolhas ("Por que você acha que é esta a palavra?"), pois essa intervenção convida os alunos a explicitarem o procedimento adotado para descobrir o que estava escrito. Em geral, os alunos adultos (e também as crianças) em fase inicial da alfabetização podem identificar o que está escrito por meio de índices gráficos, como o tamanho da palavra, a letra inicial ou final.

4ª etapaVolte à palavra "mulher" e pergunte aos alunos se eles já ouviram pessoas falando esta palavra de outras formas, como "muié" ou "mulé". Discuta com eles sobre as diferenças entre a língua falada e a língua escrita.

5ª etapa
Distribua as cópias da letra completa. Se for possível, ouça a canção e convide os alunos a cantar. Caso contrário, leia a letra em voz alta e peça para que eles acompanhem a leitura, tentando ajustar o falado ao escrito.
Conclua a atividade conversando sobre o tema tratado na canção.

Avaliação 
Registre suas observações sobre a participação dos alunos: quais foram as pistas utilizadas para ler? Recorreram a palavras ou partes de palavras conhecidas, como por exemplo, o nome dos colegas da classe? Como justificaram as escolhas?



FONTE: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/leitura-pelo-aluno-aprender-ler-eja-515557.shtml

CÓPIA DE FIGURAS GEOMÉTRICAS NA EJA

Objetivos 
- Investigar as relações entre as formas geométricas.
- Identificar distintos elementos e analisar algumas propriedades das formas geométricas.
- Reproduzir uma figura com base na análise das características dos elementos que a compõem.

Conteúdos 
- Formas planas.
- Relações entre formas.

Anos 
1º e 2º.


Tempo estimado 

Duas aulas.

Material necessário 
Cópias da figura apresentada na 1ª etapa desta sequência, papel quadriculado e instrumentos diversos, como régua, compasso, esquadro e transferidor.

Desenvolvimento 1ª etapa 
Copiar uma figura é uma maneira interessante de começar a pensar nela em relação aos elementos que a compõem. Entregue para cada aluno uma folha de papel quadriculado e uma cópia da figura à direita. Proponha que, individualmente, todos copiem o modelo na folha quadriculada, usando os instrumentos que forem necessários, de tal maneira que, ao terminar, o original e a cópia coincidam ao serem sobrepostos. Deixe à disposição régua, compasso, esquadro e transferidor para que cada um escolha o que julgar necessário para realizar a tarefa. Recolha todas as produções, mesmo aquelas em que a sobreposição não seja perfeita. Vale ressaltar que a figura apresentada, os instrumentos de geometria à disposição e o tipo de papel são variáveis didáticas que devem ser consideradas, pois modificam as exigências das situações e favorecem o estabelecimento de novas relações. Se pedir que os estudantes que copiem o desenho em um papel em branco, a questão os colocará diante da dificuldade de garantir o paralelismo ou a perpendicularidade dos lados (aspecto que o papel quadriculado resolve) - exigência que torna a atividade mais adequada para o segundo ciclo.

tabela
2ª etapa Selecione algumas figuras e proponha uma discussão em grupo. É importante escolher poucos trabalhos - dê preferência àqueles que representam uma dificuldade generalizada da turma. Lembre, no entanto, que o objetivo não é criticar as produções dos alunos que tiveram dificuldades, e sim analisar o que ocorreu durante a reprodução do o modelo. Proponha uma conversa sobre as características da figura e sobre como eles a reproduziram. É importante que durante as falas dos estudantes sejam mencionados diferentes procedimentos baseados em relações diversas e, com base neles, o grupo conclua que nem todos são oriundos das mesmas relações. Isso permite ampliar a ideia de que cada um pode ver questões diferentes numa mesma figura e que elas são colocadas em jogo na situação de cópia. Os alunos também devem estabelecer relações que garantam a efetividade da reprodução: contar a quantidade de quadrados que cada lado ocupa, decidir se usam ou não uma régua para medir, determinar os pontos médios de cada lado (embora possam não saber que assim são denominados) etc.

Avaliação 
Observe que recursos a turma usou para fazer as cópias. Com base nesses dados, para trabalhar com as características pouco assimiladas, proponha outras atividades com diferentes níveis de complexidade. Por exemplo, peça que todos copiem uma figura deixando o modelo fora do campo de visão enquanto o aluno desenha. Nesse caso, será necessário selecionar informações antes.



Fonte: Documento Enseñar Geometría en el Primer y Segundo Ciclo, da prefeitura de Buenos Aires, na Argentina
Com adaptações propostas por Priscila Monteiro, coordenadora de formação em Matemática da prefeitura de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 









O DISCURSO DO EDUCADOR COM OS ALUNOS DA EJA

Solange Gomes da Fonseca. Ouvi o vídeo da professora e faço algumas observações ao modo como o professor da EJA deve interagir, dialogicamernte, na sala de aula com esses alunos. Não há como negar que essa modalidade de ensino apresenta demandas próprias, sendo, impossível desenvolver programas de qualidades sem que os recursos estejam garantidos e, normalmente, nas escolas, esses professores se vêem obrigados a improvisarem o local para suas aulas, os materiais utilizados e até mesmo os educadores são despreparados para explorar um discurso nas práticas pedagógicas e na metodologia aplicada com esses alunos. Entendo, perfeitamente, que o objetivo do trabalho do professor é a consciência do aluno. O professor de jovem e adulto necessita compreender que esses alunos são sujeitos trabalhadores que se relacionam precariamente com o mercado de trabalho e com a sociedade como um todo. De modo que, suas aulas devem ser aplicadas , levando em conta as experiências que esses alunos trazem para dentro da sala de aula. O papel do professor é destacar a curiosidade , indagar a realidade, problematizar, ou seja, transformar os obstáculos em dados de reflexão para entender os processos educativos, que, como qualquer faceta do social , está relacionado com o seu tempo, sua história e seu espaço. Para que esse discurso do educador com os alunos da EJA tenha resultado positivo na sua apredizagem, é fundamental que o professor conheça que saberes e habilidades esses alunos desenvolvem em função do seu dia-a-dia. Agindo dessa forma, o professor da EJA fica mais preparado para lidar com várias situações como: a especificidade socioeconomica do seu aluno, a baixa auto-estima que transcorrer das trajetórias de desumanização sofrida por esses indivíduos, a questão geracional, a diversidade cultural, a diversidade étnico-racial, as diferentes perspectivas dos alunos em relação à escola e às questões e, os dilemas políticos pedagógicos nas didáticas apresentadas numa classe de alfabetização de jovens e adultos que difere da alfabetização regular. Daí, a necessidade no campo de formação continuada desses professores para que não fiquem ausentes dessa discussão e, assim terem alternativas e estratégias pedagógicas para superar essa situação em sala de aula. Cabendo, a nós educadores, buscarmos nossas inserções nas etapas de discussão e construção dos projetos pedagógicos, envolvendo-nos em processos de motivação e de empoderamento de forma a incentivar a participação desses alunos na construção social de uma escola mais democrática e participativa e, assim, contribuir para uma construção de uma sociedade mais justa, que permita que esses alunos, como cidadãos e trabalhadores que são, se sintam sujeitos ativos , participativos e crescer cultural, socil e economicamente.


FONTE: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/discurso-educador-alunos-eja-512102.shtml

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